quarta-feira, 6 de abril de 2011

Inauguração do Centro de Recursos de Aprendizagem - Colegio Marista de Brasilia 2001

No ano de 2000, passei por uma experiência incrível, a de planejar a biblioteca escolar do Colegio Marista de Brasilia, Ensino Fundamental. Foi um ano de muito trabalho, pesquisa e dedicação.  Em 2001, a "minha biblioteca" foi inaugurada. Foi um evento inesquecivel!!! O motivo de relembrar tudo isso, foi e-mail do irmão Bene com cópiado discurso de abertura. Fica registrado exemplo de investimento grandioso da congregação Marista!!! Investir em informação e conhecimento não tem preço!!!
Para matar a saudade:
INAUGURAÇÃO  DO 
CENTRO  DE  RECURSOS DE  APRENDIZAGEM – CRA” 
DO  COLÉGIO  MARISTA  DE   BRASÍLIA

 
Prezados senhores, senhoras..., amigos e amigas da educação, do livro, da tecnologia, da arte!
O ato dessa noite se reveste de muita magnitude. Vejam os senhores, os patrocinadores dessa obra e moradores dessa antiga casa a deixaram para que pudesse abrigar, após os serviços de ampliação, adaptação e reforma, uma nova concepção e arrojada edificação da biblioteca escolar, o CENTRO DE RECURSOS DE APRENDIZAGEM - CRA, que desponta como novo santuário do conhecimento para a sua comunidade educativa.
O CRA que hoje inauguramos é um marco do investimento e da consolidação da qualidade dos serviços educacionais que a Província Marista de SP, através da ABEC, mantenedora do Colégio Marista de Brasília, quer oferecer aos alunos e famílias, aos professores e colaboradores dessa unidade educativa.
Alguém afirmou que uma casa sem livros é uma casa sem alma. Os seus habitantes vivem também em solidão, pois os livros são a mais civilizada companhia humana. São Jerônimo, o santo e sábio monge tradutor da Bíblia, no ano de 411, escrevia a Rústico: “Que o livro nunca fique longe de tua mão e de teus olhos”. Bibliófilo, ele conhecia o valor do livro, do bom livro. Sabia que a leitura ensina, enriquece e transforma as pessoas. E todos nós, de algum modo, nos tornamos também parte do que lemos. Ler é uma atividade essencial no mundo civilizado e um processo universal de construção de significados.
Não faltaram, entretanto, ao longo da história, vozes discordantes. Mao Tse-Tung considerava muita leitura ser coisa perigosa. Talvez, o conhecido líder chinês visse na leitura de outras obras, que não a do seu pequeno Livro Vermelho, uma ameaça para a sua revolução cultural. Semelhante idéia não é tão nova. Há mais de dois séculos, Herder, contemporâneo de Goethe e conhecido professor em Weimar, não aconselhava a leitura. Ler, dizia, põe na cabeça das pessoas idéias que não são delas.
Não é de estranhar que idéias desse tipo tenham provado momentos obscuros na história da humanidade, quando a intolerância chegou a ponto de queimar livros em praça pública e de incendiar bibliotecas inteiras. Bem a propósito, Heine observa que aqueles que queimam livros terminam também por queimar as pessoas. O inverso tem, igualmente chance de ser verdadeiro: quem, porque educado, tem respeito e carinho pelos livros, terá igualmente carinho e respeito pelas pessoas.
Se uma casa sem livros é uma casa sem alma, o que seria uma escola sem uma biblioteca?!  Para alguns, a biblioteca é o coração de um Colégio, de uma Universidade; para outros o seu cérebro. O nosso conhecido Monteiro Lobato costumava dizer que “um país se faz com homens e livros”. Pode-se aqui parafraseá-lo: um colégio se faz com professores, alunos e livros... muitos livros! Professores e alunos estudando e lendo muito.
Uma biblioteca escolar deve ser considerada hoje como uma “enciclopédia” viva do mundo moderno. Funciona como um centro de armazenamento e classificação do saber acumulado da humanidade e de difusão da informação registrada sob todas as formas e meios, em todos os campos do conhecimento. É o acervo da Ciência, da Educação, da Tecnologia, da Arte, da Cultura... Uma biblioteca concebida apenas como um lugar para livros classificados, estocados e lidos, é coisa do passado. O conceito moderno de biblioteca é o de um grande CENTRO DE RECURSOS DE APRENDIZAGEM.
O estudante não pode mais ser orientado apenas para o livro. Atualmente, a informação não vem registrada só em papel. Ganha também importância a informação não escrita, gravada em som, em imagem, e com recursos eletro-magnéticos. Conquistam espaço nas bibliotecas os audiovisuais, filmes, microfilmes, peças de arte, fitas disquetes, cds, cdrooms, dvds...
Como serão as bibliotecas do futuro, se todos os livros forem eletrônicos?!  Elas terão razão de continuar a existir?! Qual será a função do bibliotecário, do classificador e guardião tradicional dos livros?! O futuro do livro como meio de transmissão do conhecimento parece estar indubitavelmente ligado ao fator revolucionário representado pela Internet. O que está acontecendo de muito curioso é o modo como a Internet está servindo para vender cada vez mais livros em papel. Por muito tempo ainda vão coexistir os dois mundos, o eletrônico e o impresso. Os serviços tradicionais que uma biblioteca escolar costumava prestar aos seus usuários, hoje em dia já estão sendo automatizados, cedendo lugar à pesquisa bibliográfica pelo computador, acesso a variados bancos de dados, conexões via satélite com redes internacionais e até acesso a domicílio, onde o estudante, conectado à biblioteca da sua escola, pode ler um livro na tela do computador pessoal. Há muito tempo as bibliotecas vêm se automatizando, usando computadores para cadastrar livros ("tombar", no jargão da biblioteconomia), controlar sua entrada, saída e devolução pelos leitores, e disponibilizar sistemas de busca por título, autor, palavras-chave, etc. Nos países mais avançados, é praticamente impossível achar bibliotecas em que as salas de leituras não estejam repletas de computadores e terminais para utilização dos leitores.
A transformação do uso da biblioteca também garantiu o ingresso das máquinas de leitura, copiadoras, gravadores, projetores, terminais de áudio e vídeo, TV à cabo, computadores, circuitos fechados de TV, enfim, toda o moderno equipamento eletrônico. A tendência atual de uma nova biblioteca é a de transformar-se em uma verdadeira “midiateca”, onde, é claro, haverá lugar para o livro, que passa a ter um sentido mais abrangente e hipertextual.
O novo CRA para o Colégio Marista de Brasília é a realização de um sonho acalentado com muito carinho e foi construído dentro dos padrões modernos das novas tecnologias da informação e da comunicação, assim como se encontra aberto às tecnologias do futuro.
Favorecer o gosto e o hábito de ler implica que a instituição escolar proporcione ocasiões e ambientes favoráveis à leitura e que promova o acesso a obras variadas em que os alunos encontrem respostas para as suas inquietações, interesses e expectativas. A escola deve ajudar o aluno a desenvolver competências que lhe permitam aprofundar a relação afetiva e intelectual com os livros, para que ele possa traçar, progressivamente, o seu próprio percurso enquanto leitor e construir a sua autonomia para aprender a aprender. Assim, nesse espaço a comunidade estudiosa do Colégio Marista de Brasília receberá bom atendimento, conforto e estímulo ao estudo e à pesquisa. Quem entra em uma biblioteca, como em uma Igreja, deve sentir-se bem para não ter pressa de sair. E assim deve ser, pois Cultura e Fé sempre foram as mais elevadas manifestações do espírito humano.
Em nome do Superior Provincial e da Presidência da ABEC desejo que o CRA seja, de fato, um verdadeiro templo do saber para o progresso intelectual e cultural da comunidade educativa do Marista de Brasília. No livro dos Provérbios 9, 1, lemos: “A sabedoria edificou para si uma casa”. Que esse pensamento bíblico sirva de reflexão para quantos adentrarem o CRA do Colégio Marista de Brasília em busca do conhecimento.
Destacamos, de modo especial, o empenho da direção do Colégio Marista de Brasília, Irmão Paulo Antonio Forster Ramos e de sua equipe e, de modo especial, à concepção geral da professora Kelley Cristine Gasque. Queremos estender nossos agradecimentos igualmente à Construtora A. Yoshii e seus funcionários pela execução da obra! 
Obrigado!
Benê Oliveira, fms
Brasília, DF,  09 de março de 2001


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