sexta-feira, 22 de março de 2013

Qual é a sua questão?


“O pensamento crítico é possível de ser ensinado melhor longe da sala de aula”.

            Os cientistas cognitivos Bransford e Schwartz, da Universidade de Vanderbilt, descobriram que a diferença entre as crianças dos jovens adultos não é a habilidade de reter fatos ou aplicar conhecimento  em uma situação problema, mas a qualidade do que eles denominaram “preparação para a futura aprendizagem”. Os pesquisadores solicitaram aos estudantes do 5 ano da escola elementar e do college (ensino superior)  a criação de um plano de proteção para as águias de cabeça-branca (bald Eagles). Os dois grupos apresentaram planos de similar qualidade. Do ponto de vista do educador tradicional, os resultados indicaram que a escolarização falhou ao ajudar os estudantes a pensarem sobre ecossistema e extinção, principais ideias científicas.
           
              Contudo, os pesquisadores resolveram aprofundar a questão e pediram aos grupos para gerar questões necessárias à construção de  um documento que descrevesse os protocolos para proteger e reforçar as populações de espécies raras e ameaçadas. Nessa tarefa, eles descobriram grandes diferenças. Os estudantes do ensino superior focaram em questões críticas da interdependência entre a águia e o habitat, por exemplo, “que tipo de ecossistema favorece o desenvolvimento das águias?”,  quais especialistas são necessários para auxiliar as diferentes áreas do protocolo?. Ao contrário disso, os estudantes do 5 ano centraram-se nas características individuais  das aves, questionando “qual o tamanho das aves?”, “o quê elas comem?”. Os estudantes do ensino superior cultivavam habilidade de formular boas perguntas, o núcleo central do pensamento crítico. Aprenderam a aprender!

            Museus e instituições de ensino informal podem ser mais adequadas para ensinar habilidades específicas do que na escolas de educação básica e ensino superior. No Exploratorium, em São Francisco, California, recentemente descobriu-se que formular boas questões pode afetar a qualidade da investigação científica dos indivíduos. Observou-se que quando os aprendizes perguntam “E se…?”e “Como podemos?”, questões que as pessoas não podem responder sem uma investigação, eles se engajaram mais efetivamente na tarefa seguinte, isto é, questionaram mais, melhoraram a metodologia e interpretaram melhor os resultados da pesquisa.  Mais do que questionar sobre alguma coisa, eles buscaram experimentar e tendiam a incluir causa-efeito nas questões, por exemplo, “e se puxarmos um magneto para ver se outro se move pelo mesmo valor?.

            Formular boas questões parece ser a chave para a transferência de habilidades para investigação profunda e colaborativa. Esse tipo de aprendizagem pode ocorrer, inclusive, em programas de televisão como o “The Daily show with Jon Stewart “. Os ambientes informais de aprendizagem, ao contrário das escolas, toleram melhor as falhas dos estudantes. Assim,  os professores devem permitir e incentivar os estudantes a questionar e resolver problemas. Isso porque nossa sociedade dependente deles e de suas habilidades de tomar decisões.

Traduzido e adaptado do artigo escrito por Dennis Bartel, seção Fórum, da Scientific American, de marco de 2013 por KELLEY CRISTINE GONÇALVES DIAS GASQUE – UNIVERSIDADE DE BRASILIA.