“O pensamento crítico é possível de ser
ensinado melhor longe da sala de aula”.
Os
cientistas cognitivos Bransford e Schwartz, da Universidade de Vanderbilt,
descobriram que a diferença entre as crianças dos jovens adultos não é a
habilidade de reter fatos ou aplicar conhecimento em uma situação problema, mas a qualidade do
que eles denominaram “preparação para a futura aprendizagem”. Os pesquisadores
solicitaram aos estudantes do 5 ano da escola elementar e do college (ensino superior) a criação de um plano de proteção para as
águias de cabeça-branca (bald Eagles).
Os dois grupos apresentaram planos de similar qualidade. Do ponto de vista do
educador tradicional, os resultados indicaram que a escolarização falhou ao
ajudar os estudantes a pensarem sobre ecossistema e extinção, principais ideias
científicas.
Contudo, os pesquisadores
resolveram aprofundar a questão e pediram aos grupos para gerar questões
necessárias à construção de um documento que descrevesse os protocolos para proteger
e reforçar as populações de espécies raras e ameaçadas. Nessa tarefa, eles
descobriram grandes diferenças. Os estudantes do ensino superior focaram em
questões críticas da interdependência entre a águia e o habitat, por exemplo,
“que tipo de ecossistema favorece o desenvolvimento das águias?”, quais especialistas são necessários para
auxiliar as diferentes áreas do protocolo?. Ao contrário disso, os estudantes
do 5 ano centraram-se nas características individuais das aves, questionando “qual o tamanho das
aves?”, “o quê elas comem?”. Os estudantes do ensino superior cultivavam habilidade
de formular boas perguntas, o núcleo central do pensamento crítico. Aprenderam
a aprender!
Museus e instituições de ensino informal podem ser mais adequadas para
ensinar habilidades específicas do que na escolas de educação básica e ensino
superior. No Exploratorium, em São Francisco, California, recentemente
descobriu-se que formular boas questões pode afetar a qualidade da investigação
científica dos indivíduos. Observou-se que quando os aprendizes perguntam “E
se…?”e “Como podemos?”, questões que as pessoas não podem responder sem uma
investigação, eles se engajaram mais efetivamente na tarefa seguinte, isto é,
questionaram mais, melhoraram a metodologia e interpretaram melhor os
resultados da pesquisa. Mais do que
questionar sobre alguma coisa, eles buscaram experimentar e tendiam a incluir
causa-efeito nas questões, por exemplo, “e se puxarmos um magneto para ver se
outro se move pelo mesmo valor?.
Formular boas questões parece ser a chave para a transferência de
habilidades para investigação profunda e colaborativa. Esse tipo de
aprendizagem pode ocorrer, inclusive, em programas de televisão como o “The Daily show with Jon Stewart “. Os
ambientes informais de aprendizagem, ao contrário das escolas, toleram melhor
as falhas dos estudantes. Assim, os
professores devem permitir e incentivar os estudantes a questionar e resolver
problemas. Isso porque nossa sociedade dependente deles e de suas habilidades
de tomar decisões.
Traduzido e adaptado do artigo escrito por
Dennis Bartel, seção Fórum, da Scientific American, de marco de 2013 por KELLEY
CRISTINE GONÇALVES DIAS GASQUE – UNIVERSIDADE DE BRASILIA.